segunda-feira, 2 de março de 2009

São as águas de março...

TRAIR É PRIVILÉGIO DOS AMIGOS...

Esta semana, lendo o portal PBAgora, deparei-me com uma frase que ficou chacoalhando em minha cabeça. Em artigo que falava da cassação de Cássio Cunha Lima, o jornalista Luis Torres, iniciou o seu artigo com a frase "Trair é privilégio dos amigos...". O assassinato de César ocorreu em 14 de março do ano 44 a.c., coincidentemente.

Nada mais coerente, quando relembramos que César foi covardemente assassinado pelos seus senadores dentro do próprio Senado, traído por quem mais confiava: Brutus, assessorado por Cícero, um outro grande "amigo" de César, aliados a Pompeu e outros covardes algozes. A ganância foi o principal combustivel dos senadores romanos, levando-os a desferir mais de sessenta punhaladas em Caius Julius César, Imperador de Roma.

Uma análise mais aprofundada dos fatos à época, demonstra que a nomeação de um Centurião (espécie de Oficial da época) para o Senado foi fator determinante para que houvesse a diabólica trama e a consumação do episódio de maior demonstração da covardia humana, somente menor do que o praticado contra Jesus, o qual nem ousamos comparar nenhum ser humano por motivos óbvios. Mostra-nos o episódio que os "nobres" não gostam dos "pobres".

Não que César fosse um homem perfeito, pois como todo homem era ganancioso, vaidoso e extremamente confiante no temor e devoção que seus "amigos" mais próximos, tal qual se afigurava Brutus, supostamente teriam ao mesmo. A célebre frase de César, "Até tu, Brutus", demonstra o quanto César foi pego desprevenido no covarde ataque. Ataque motivado por inveja, ódio, incompreensão e principalmente: SEDE DE PODER.

Muitas eras se passaram e a frase pronunciada por César em seus momentos finais (pois Brutus foi um dos últimos a ter coragem de apunhalá-lo, preferindo esconder de todos essa sua pretensão), até hoje é sinal de traição, bem como o de Judas Iscariotes, o qual traiu Jesus com um beijo, como todos sabemos.

Quando olhamos as duas traições, vemos o quanto Judas foi mais nobre que o covarde Brutus, pois arrependeu-se, veio a suicidar-se e assim certamente teve o perdão Divino. Já Brutus, que almejava passar da condição de destaque que ocupava no Império, não se contentando em ter o reconhecimento e a lealdade de César, que o presenteava com muitas benesses, resolve trair o seu mentor para ocupar o lugar dele.

Mas as coisas nem sempre acontecem da forma que se planeja, por vezes acabam dando errado. Marco Antônio, amigo fiel e verdadeiro de César, Consul de Roma, aceita enterrar César e, teoricamente, eleger os algozes daquele como novos mandatários. Só não contavam com a perspicácia de Marco Antônio, que no discurso de despedida a César, repete por várias vezes a frase: "Mas Cícero e Brutus são homens dignos...". Daí por diante passa a exaltar aquilo que César fez pelo povo Romano, o amor que tinha pelo Império e mais ainda: as doações materiais que fez quando da sua morte, doando sua fortuna aos pobres de Roma.

Em nossa vida, ao nosso redor, sempre encontramos Brutus, Cícero, Marco Túlio e outros falsos amigos. Como hoje não é mais possível se assassinar a quem se deseja depor (pelo menos não sem que haja uma sanção), valem-se os covardes de expedientes tais quais a chantagem, a soberba, a indiferença para tentar forçar a queda do miserável que pensa tê-los como amigo. Na política (e tudo é política em nossa vida), temos a proporção de 1000 Brutus para 1 Marco Antônio...

Basta a possibilidade de galgar postos mais altos, de se ascender seja financeiramente ou até mesmo qualquer "status" a mais, que os Ciceros, Brutus, Tulios, se põem a gritar, desconhecendo os méritos dos Césares que lhes deram guarida e por muitas vezes, indispuseram-se para defendê-los. Na verdade, neste momento mesmo, já estavam meticulosamente tramando suas punhaladas.

Esperamos sinceramente que a política em nosso país mude, que os seres humanos evoluam e ao invés de usar os defeitos alheios mais banais para chantagear ou aproveitarem-se para "se dar bem", passem a considerar valores mais altos como amizade, lealdade e confiança, que quando é traída, não mais retorna a seu grau anterior.

Achar que se é mais do que se pode ser é um erro que todos nós devemos nos policiar para não cometermos. Falsidade, mentiras e tramas não tão secretas, um dia acabam ou em sangue ou em desgraça para todos os envolvidos. Quem não lembra o Governador que atirou no ex? Alguém recorda-se do estopim da confusão? Certamente foi causado por um Cícero que induziu Brutus a achar que podia assassinar César e substituí-lo, ao invés de aguardar sua vez na história.

Errar é humano, permanecer no erro é burrice !!! Pensemos nisso, sob pena de nossas desgraças pessoais e profissionais.

TU TE TORNAS ETERNAMENTE RESPONSÁVEL POR AQUILO QUE CATIVAS...

Em "O Pequeno Princípe", Antoine Saint-Exuperry, faz uma afirmação tremendamente verdadeira e precisa: TU TE TORNAS ETERNAMENTE RESPONSÁVEL POR AQUILO QUE CATIVAS.

E essa responsabilidade de capitanear um barco que estava a deriva, colocá-lo no prumo e organizar a casa, muito nos orgulha de tê-lo feito. Mais ainda, a confiança que é depositada na pessoa, no ser humano, é fator determinante, que certamente se não existisse, já nos levaria para longe destas paragens.

Mais ainda, sabemos que quando o filho está criado, não precisa mais de pensão, qualquer um deseja ser o pai, ardentemente. Algumas vezes ostensivamente, outras veladamente (esta mais comum).

Após criado, esse filho tem de ser conduzido às mãos certas, para que não se desencaminhe e não caia em desgraça na vida. Ou seja, aos que desejam e tentar forçar a barra para desencaminhar o filho, semeando a discórdia, agindo sem a anuência de quem deve anuir, só nos resta informar que serão em vão as suas tentativas.

Mesmo que Brutus, Cícero e Cia. ajam, o que está feito, está feito. Escrito e sacramentado. Isto ninguém tira. Os homens passam, mas as suas ações ficam !!!

5 comentários:

  1. parabens presidente... realmente mostram o que é a vida... desejamos toda a sorte contra tais pesoas.

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  2. Retrata o cenário real de nossa Assembléia Legislativa. Uma verdadeira torre de babel, em que cada um é apenas pela sua conveniencia. Parabéns pelo texto !!!

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  3. Caro colega, voce foi muitíssimo feliz ao correlacionar por parábola eventos nocivos ocorrido contra líderes como César (Imperador) e Jesus Cristo (Senhor e Salvador), com a qual vivenciamos nos últmos dias. Notadamente este texto nos fará refletir, mas devemos continuar sempre apresentando idoenidade, fidelidade e justiça, entretanto não deixemos de permanecer alertas, já que em qualquer segmento social ocorrerá predisposição de ataques por falsos amigos.

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  4. Opa, Flávio, desculpe estar invandindo o seu blog, mas estou inscrito para delegado no atual concurso e muito se fala sobre um possível adiamento da prova.
    Gostaria de saber se na reunião do secretário com o pessoal da ASPOL, ele se pronunciou sobre o adiamento da prova.
    Há muitos boatos correndo sobre esse detalhe.
    Grato pela atenção.

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  5. Olá Flávio,
    belo texto!
    queria te pedir que o site da ASPOL fosse atualizado mais rapidamente, desde ontem que estou procurando saber alguma coisa sobre a reunião com o secretário Gustavo Gominho(dia 06.03.2009) e não vejo nada nem no site, nem em nenhum meio de comunicação...só vejo falar da ADEPDEL e dos delegados...não vejo nada sobre a nossa aguerrida ASPOL...
    abraços e que Deus te proteja!

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